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O Limite do Limite. Um Ensino no Território da Via Light
Autor:
Mariana Maciel de Farias
Orientador(es):
Cauê Capillé
Instituição:
UFRJ
"O limite do limite. Um ensaio no território da Via Light".
A proposta é resultado de um processo experimental que teve como objetivo principal evidenciar a potencialidade de um objeto urbano que se posiciona na fronteira entre arquitetura e/ou espaço público. Essa investigação integra ensaio e projeto, buscando, com o exercício propositivo, debater acerca da noção de limite em si, e a arquitetura que o mesmo pode vir a produzir. Sendo assim, foi desenvolvida uma pesquisa dos limites urbanos, aqueles entre a arquitetura e o espaço livre de edificação, investigando - através de projeto - o território formado na periferia metropolitana do Rio de Janeiro e buscando entender como os espaços limítrofes entre os domínios público e privado se conformam nesse tipo de ambiente urbano. Nesse sentido, o objetivo foi menos o de definir soluções para problemas comuns das áreas de periferia urbana e, mais, de levantar um repertório de condições projetuais desses contextos. Assim, esse repertório é feito não de ‘dados objetivos’ que permitem a frequente abordagem ‘problema-solução’, mas, sim, de uma coleção de fragmentos (fotografias, cartografias, maquetes, ensaios) que compõe, em conjunto, uma ‘condição de limite’.
Com uma proposta mais indagadora do que definitiva, o produto deste trabalho está mais no seu desenvolvimento do que na sua forma plástica final. A RJ-081, oficialmente denominada Rodovia Carlinhos da Tinguá, popularmente conhecida como Via Light, é uma via expressa que liga a metrópole do Rio de Janeiro ao município de Nova Iguaçu. Sua estrutura rígida e monofuncional consolida a separação entre as densas malhas urbanas dos municípios que a margeiam. Em particular, o trecho de 3,5 km de fronteira administrativa entre os municípios de São João de Meriti e Nilópolis sintetizam profundos problemas espaciais para o projeto urbano nas escalas locais e metropolitanas.A lógica metropolitana carioca é responsável pela configuração do território conurbado e genérico, fruto do fenômeno da dispersão urbana da Baixada.
Através de uma política de centralidades, na qual há uma forte relação de dependência dos municípios metropolitanos com o Rio de Janeiro, esses espaços periféricos são recortados por diversos eixos com destino à metrópole. As infraestruturas de transporte, esgoto e iluminação - apesar de cumprirem seu papel no sistema – têm caráter frequentemente fragmentador para a cidade que se molda ao seu redor. No caso em estudo, tal fato agrava-se devido à sobreposição de agentes limitadores, onde a rodovia coexiste com as linhas de transmissão de energia elétrica. A proibição de construção sob os cabos, por medidas de segurança, acaba produzindo um vazio urbano desconectado do restante da cidade, o que ratifica os fatores de inabitabilidade e insegurança já criados pela condição rodoviária.
Além disso, o território estudado está afastado dos centros dos municípios que ele separa, o que reforça seu caráter periférico.
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