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Biblioteca para portadores de deficiência visual conectada ao instituto Benjamin Constant

Forma Abstract

Autor:

Alyne Bell da Silva

Orientador(es):

Alberto Fernandes

Instituição:

UFRJ

O projeto localiza-se no Instituto Benjamin Constant, à Av. Pasteur, frontal ao Iate Clube, Urca, tendo como vizinhos a UNIRIO, o Campus da UFRJ, a CPRM – MME/MCT, e a comunidade de seus ex-funcionários, na encosta do Morro da Babilônia. O prédio atual, tombado em 2001, data de 1872/90, com alterações em 1937/44. O IBC é o centro de excelência na área de educação a deficientes visuais, e o projeto reestrutura uma de suas áreas-chave, a biblioteca, hoje com acervo distribuído em espaços inadequados, atendendo a públicos interno e externo, necessitando área para abrigar novas tecnologias e usos, espaços de convívio, eventos e novo auditório. A arquitetura subterrânea proposta reflete o conceito principal - uma arquitetura dos sentidos, percebida e sentida aos poucos, exercitando a audição, o tato, o olfato, o paladar e, principalmente, a visão. Um conjunto de caixas articuladas, em diferentes graus de translucidez, estruturadas por corredor conector dos acessos, do novo auditório, dos espaços aterraçados e da grande caixa que abriga o corpo central da biblioteca. O conjunto repousa como se fosse espectador de uma experiência arqueológica, vislumbrando as fundações do edifício existente, separadas por corredores de luz, a luz que é o elemento estruturante e determinante do projeto. Os acessos, três, reforçam a experiência sensorial - sempre a conexão, da luz externa à luz interna, à luz do conhecimento - a biblioteca. O projeto propõe maximizar o potencial deste importante nó urbano da Cidade do Rio de Janeiro, que é a região da Central do Brasil, assim como responder às carências urbanísticas do lugar. O trabalho desenvolve uma crítica à falta de integração entre os terminais de transportes da região: Terminal Américo Fontenelle (rodoviário intermunicipal) - Terminal informal de vans - Central do Brasil (metrô e trem) - Terminal Procópio Ferreira (rodoviário municipal). Visa também solucionar os futuros possíveis problemas de fluxo de pessoas e dos novos modais previstos para a região: BRT Transbrasil e VLT. O principal objeto de estudo deste trabalho se concentra no Terminal Américo Fontenelle, mas um masterplan é proposto para a região, uma vez que é entendido ser de fundamental importância abordar a questão da integração dos modais de transporte. A questão da habitação, no âmbito do déficit da densidade habitacional e das remoções compulsórias que ocorreram na região, também é abordada com o intuito de buscar promover a reflexão e incentivo de moradias na região central da cidade e, próximas aos grandes hubs de transporte. Não oferecendo meios para que a população privada de liberdade possa se reinserir socialmente, e diminuir assim a margem criminal no país, o sistema carcerário brasileiro deixa clara a crise desumana dentro de estabelecimentos penais, indo de situações como insalubridade e riscos à saúde até a superlotação e o desconforto gerado nos dias de cárcere. A necessidade de que presídios tenham uma resposta de caráter humanizado e reintegrador ultrapassa o modo de se tratar essa população, chegando também na forma como esses espaços são vistos de maneira isolada no espaço urbano, sendo uma marca negativa no local onde se inserem. Tendo-se que os limites físicos entre Presídio e Cidade são indispensáveis para segurança e mantimento de uma ordem entre externo e interno, a proposta de uma Penitenciária Feminina em Jacarepaguá busca estudar as profundidades que levam da cidade ao presídio, trabalhando em cima de camadas de controle para diferentes públicos no espaço utilizado, a fim de que cada atividade proposta nessas camadas, definidas como público, semipúblico e privado, funcionem por si só como barreiras entre os fluxos e acessos no local. Através da diversificação trazida com as atividades nas etapas ocorridas até o espaço prisional, nota-se uma integração espacial através da suavização dos muros e das relações que se definem e caracterizam cada camada. Assim, o presídio, não mais isolado, passa a funcionar como um órgão contribuinte à vitalidade urbana.
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